segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Outro filé ao oratório, por favor

QUAL É O SABOR DA AMIZADE? Sempre imagino algo agridoce, contudo, não. Não é agridoce ou mesmo quase doce. A amizade é salgada e suculenta e opulenta. Observa-se, ainda que a fila seja enorme e que as horas continuem com a mania de voar, um afeto importante cuja intensidade se intensifica quase naturalmente.

Eu sei que não sou muito esforçado para cultivar uma amizade desde o plantio da semente e talvez tenha muita dificuldade na manutenção e na irrigação, mas juro que tento, mesmo que aos trancos e barrancos. Tudo o que eu não quero é deixar uma margarida morrer como a luz que se apaga ou o filé que finda.

Por isso, proponho pedir outro filé ao oratório, companheiro garçom, que não é menino mas sorri como se fosse; por minha conta e por nossas contas, esse filé serve três pessoas, correto, certo e acompanha torradas e comentários efusivos e divertidos em gorgonzola, não é mesmo, o gostinho dos campeões e dos champignons. É isso que eu quero. É isso que nós queremos? Eu quero esse sabor de amizade, de conversa fiada, de fim de noite paradoxal, pois também inicia o dia. Quero mais tempero sem passar do ponto.

Eu tenho uma melhor amiga, mais que isso até, mas quero mais amigas e mais amigos e quem sabe outros pratos para dividir, outros táxis, outros pensamentos e outras filas. Por que para quem esperou nove meses para esperar uma vida, compartilhar esses novos momentos de aguardo e aguardar esses novos momentos de partilha faz um bem danado.

Não feche a conta ainda, estamos só começando.

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