QUAL
É O SABOR DA AMIZADE? Sempre imagino algo agridoce, contudo, não. Não é
agridoce ou mesmo quase doce. A amizade é salgada e suculenta e opulenta. Observa-se,
ainda que a fila seja enorme e que as horas continuem com a mania de voar, um
afeto importante cuja intensidade se intensifica quase naturalmente.
Eu
sei que não sou muito esforçado para cultivar uma amizade desde o plantio da
semente e talvez tenha muita dificuldade na manutenção e na irrigação, mas juro
que tento, mesmo que aos trancos e barrancos. Tudo o que eu não quero é deixar
uma margarida morrer como a luz que se apaga ou o filé que finda.
Por
isso, proponho pedir outro filé ao oratório, companheiro garçom, que não é
menino mas sorri como se fosse; por minha conta e por nossas contas, esse filé
serve três pessoas, correto, certo e acompanha torradas e comentários efusivos
e divertidos em gorgonzola, não é mesmo, o gostinho dos campeões e dos
champignons. É isso que eu quero. É isso que nós queremos? Eu quero esse sabor
de amizade, de conversa fiada, de fim de noite paradoxal, pois também inicia o
dia. Quero mais tempero sem passar do ponto.
Eu
tenho uma melhor amiga, mais que isso até, mas quero mais amigas e mais amigos
e quem sabe outros pratos para dividir, outros táxis, outros pensamentos e
outras filas. Por que para quem esperou nove meses para esperar uma vida,
compartilhar esses novos momentos de aguardo e aguardar esses novos momentos de
partilha faz um bem danado.
Não
feche a conta ainda, estamos só começando.

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