Acorda espera desliga fecha abre
boceja coragem esforço levante equilibra senta sente coça boceja estica estica
desiste levanta anda volta esquece anda dói água urina água rosto barba mal
feita espuma lâmina não sim pelo água escorre rosto toalha interruptor
interruptor caminha rasteja junta guarda pega carrega passos encosta abre
escolhe copo bebe espera come bebe lava respira raso fundo prato escorre corre
olha hora corre fecha desce erra andar desce correndo música acerta corredor
saída bom dia saída anda depressa pressa atravessa espera volta rua carro
espera atravessa essa vira córrego flui rua passeio condomínio não espera
espera espera corre carro corre ônibus barulho movimento pessoas muitas gentes
rua portaria lama barro choveu guarda-chuva não droga caminha mais depressa
desvia celular poça pessoa música encontra outro conversa sorri reclama bolso
hora ruído nada preguiça elevador senta levanta senta ouve ouve ideia escreve
guarda pega caderninho não sim lápis sim desenho guarda ouve olha frente lado
frente mesa braço pelo mão mais pelo anormal quadro conversa fim próximo escuta
atento tento escrevo caderninho sorriso bocejo espreguiça estica mais acomoda
apoia queixo queixa encosta brilha assina guarda levanta pega guarda-chuva
chove chuva bom não mas sim conversa andando todos mais outros menos alguns
procura acha beija sorri e aí continua despede procura descobre sobe entra
espera assiste ouve fala pouco ouve mais entende não às vezes talvez anota
levanta fim começa correria lama olha de cima sorri não vê não sem tempo voa
fila dinheiro fila água mão fila serve fazer o quê fila copo suco igual ontem
outra cor talher farinha engole mastiga não bebe empurra para limpa enquanto
boca anda banheiro dente cospe corre duas horas quase atalho escorrega
equilibra respira alívio peso doce não observa pessoas sentadas pessoas em pé
pessoa sem pé pé d’água guarda-chuva xadrez merda portaria porteiro boa tarde
xadrez banheiro minutos antes boa tarde oi ei tudo bom interrogação caminha
chega de verdade senta sente cansaço café levanta e pega e senta e bebe e bebe
quente gostoso forte açúcar preto fundo mole sentado escreve lê corrige vai
volta gole digita ouve assente muito ouve muito tenta compreender não explica
não refaz de novo gole música não oi desculpa faço sim não gole vazio plástico
lixo lixa para nervoso passam pessoas perguntas horas lanche dinheiro pouco
trabalha mais não recebe ainda um mês ainda termina ouve elogio aleluia
reconhecimento chuva curva corpo copo café mais fim apanha coisas levanta pega
vai tchau até amanhã até logo até chega caminho no caminho poça música sim
pisca casa finalmente sapato alívio meia ai a beleza que existe estala chão
quase frio banheiro necessidade chuveiro ruim sim não não interrogação graças
aos meninos a deus a mim a ideia aleluia água quente calma respira ai alívio
relaxa para escorre sabão bão ai costas água escorre toalha enxuga chá chega
chaga cama deita levanta lâmpada deita cobre fecha abre olha escuro fecha dorme
não merda dorme não suspira mexe vira bruços ajeita pensa sorri ela sim
travesseiro dorme acorda espera desliga
terça-feira, 24 de março de 2015
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Movimento artístico
TÃO DIFÍCIL QUANTO TRAÇAR UM CAMINHO É SEGUI-LO. A escrita, a música, o cinema, a culinária, a fotografia, as pessoas, os passos, o rumo que leva ao reconhecimento, o rumo que toma o vento outrora vindo do norte, do sul, do noroeste, da respiração de alguém cujo esforço para ser uma pessoa melhor cresce todos os dias; é tudo abstrato e aberto como somente um movimento artístico pode ser.
As curvas que a arte faz, são tão rápidas quanto um sorriso disparado sem querer ou o coração de um beija-flor. Percorrer a tortuosa escadaria que é galgada pelos artistas nunca foi fácil e a história mostra em suas páginas amareladas o suor daqueles que combateram seus próprios limites, degrau a degrau. Não dá para ser medíocre com a arte. Se somos medianos aos olhos dela, o impacto artístico em nossas mentes e corações é tão mediano quanto o próprio limite.
A emoção advinda de um filme, de uma música, de um livro inteiro ou de uma única poesia é o trabalho árduo de alguém. O reconhecimento desse alguém às vezes é público, mas na maioria das vezes é privado e torna-se inerente. Os indivíduos vão se construindo (e reconstruindo) com cacos que encontram pela vida. O ser humano é um mosaico, ou um vitral com tantas cores que o espectro se torna o que? O limite.
Conseguir um mapa de tesouro ou ter o tesouro em mãos não importa. Se não nos extrapolamos, não entendemos a mensagem e tampouco digerimos e nos alimentamos com os combustíveis nos disponibilizados para uso próprio ou coletivo.
Meu combustível é a arte por que não só de fins-da-linha vive o ser humano: eu consumo a arte e ela me consome. Eu caminho e ela caminha ao meu lado. Sempre.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Outro filé ao oratório, por favor
QUAL
É O SABOR DA AMIZADE? Sempre imagino algo agridoce, contudo, não. Não é
agridoce ou mesmo quase doce. A amizade é salgada e suculenta e opulenta. Observa-se,
ainda que a fila seja enorme e que as horas continuem com a mania de voar, um
afeto importante cuja intensidade se intensifica quase naturalmente.
Eu
sei que não sou muito esforçado para cultivar uma amizade desde o plantio da
semente e talvez tenha muita dificuldade na manutenção e na irrigação, mas juro
que tento, mesmo que aos trancos e barrancos. Tudo o que eu não quero é deixar
uma margarida morrer como a luz que se apaga ou o filé que finda.
Por
isso, proponho pedir outro filé ao oratório, companheiro garçom, que não é
menino mas sorri como se fosse; por minha conta e por nossas contas, esse filé
serve três pessoas, correto, certo e acompanha torradas e comentários efusivos
e divertidos em gorgonzola, não é mesmo, o gostinho dos campeões e dos
champignons. É isso que eu quero. É isso que nós queremos? Eu quero esse sabor
de amizade, de conversa fiada, de fim de noite paradoxal, pois também inicia o
dia. Quero mais tempero sem passar do ponto.
Eu
tenho uma melhor amiga, mais que isso até, mas quero mais amigas e mais amigos
e quem sabe outros pratos para dividir, outros táxis, outros pensamentos e
outras filas. Por que para quem esperou nove meses para esperar uma vida,
compartilhar esses novos momentos de aguardo e aguardar esses novos momentos de
partilha faz um bem danado.
Não
feche a conta ainda, estamos só começando.
sábado, 3 de janeiro de 2015
Virada
O
FIM DO ANO É SEMPRE IGUAL E DIFERENTE CEM PORCENTO DAS VEZES. As pessoas se reúnem
e festejam a passagem de mais um ano de sucesso, ou não. Todos ficam felizes
com o que pode vir de bom dos próximos doze meses, ou não. A maioria faz
promessas compridas que não serão cumpridas, ou não. Todo mundo deseja um
próspero ano novo, ou sim. Quase ninguém quer desejar coisas específicas o
suficiente para demonstrar apreço e preocupação.
Por
isso, um dia, um ser humano teve uma ideia. Sua colheita de beterrabas estava
ruim ao final de um ano qualquer e um ser humano qualquer disse a ele: “Acalme-se,
o próximo ano será próspero”. O ser humano, além da horrível colheita, tinha
outro “problema”: não se importava muito com a vida dos outros mas era, o tempo
todo, pressionado pelo Mundo a manifestar-se favorável a respeito do próximo
ano de seus semelhantes, assim como aquele da colheita havia feito. O ser
humano lembrou-se exatamente disso e de sua vida e de sua colheita, beterrabas,
pessoas; a resposta estava no “próspero”. Se ele desejasse um “próspero ano
novo” às pessoas, estas, admiradas com a gentileza e com a estranheza da
palavra, ficariam felizes.
Esse
ser humano amaldiçoou as gerações futuras e hoje somos cada vez mais obrigados
a sorrir e desejar toda a sorte de coisas para toda a sorte de pessoas com quem
simplesmente não nos importamos. A trivialidade e a falta de intenção
empregadas em um desejo que é formado por simples “educação” são similares ao
silêncio. E, de acordo com a lei do mínimo esforço, o silêncio vence como
tesoura vence papel.
Na
virada de 2014 para 2015, eu decidi que não ia me preocupar muito com o que
pensam sobre mim. Primeira resolução.
Comecei com infinitos desejos para aqueles que moram no meu coração e podem
continuar o quanto quiserem – seja os moradores com casa própria, aluguel ou seja
aqueles que dormem em barracas. Inclusive, estou pronto para dizer que, se eles
quiserem, eu mesmo ajudo a construir casas que não serão derrubadas pelo sopro
do lobo mau no meu condomínio sangrento-no-bom-sentido. No sentido de estar
vivo e de querer que outras pessoas continuem vivas. No sentido de estar bem e
querer o bem.
2015,
há vagas.
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